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Exames de rotina em pacientes assintomáticos

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Você realmente precisa ir ao oftalmologista anualmente? Mesmo que você não tenha notado nenhum problema de visão ou sintomas relacionados aos olhos? Mais da metade dos exames de rotina realizados em pacientes assintomáticos levam a uma mudança na prescrição de visão ou a outras mudanças nos cuidados, de acordo com um novo  estudo.

“Em pacientes assintomáticos, exames oftalmológicos abrangentes de rotina detectam um número significativo de novas condições oculares e / ou resultam em mudanças de gerenciamento de condições preexistentes. Os pesquisadores acrescentam que os exames de rotina são mais propensos a provocar mudanças em pacientes mais velhos e naqueles com maiores intervalos entre as consultas oftalmológicas”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Estudo suporta a necessidade de exames oculares de rotina

O estudo incluiu dados de quase 6.400 pacientes atendidos na clínica de olhos dos pesquisadores, durante um período de 1 ano. Cerca de 40% dos pacientes não relataram sintoma algum, como visão turva, dores de cabeça ou outros relacionados aos olhos.

Neste grupo de pacientes assintomáticos, os pesquisadores determinaram taxas de mudanças significativas desde a avaliação anterior. Mudanças significativas incluíram uma mudança na prescrição da visão (óculos ou lentes de contato), diagnóstico de uma nova condição oftalmológica ou uma nova mudança no manejo do paciente.

“No geral, 58% dos pacientes assintomáticos tiveram pelo menos uma alteração significativa no exame oftalmológico de rotina. Estas incluíram mudanças na prescrição de visão em 41%, novos diagnósticos em 16% e mudanças na administração do tratamento em 31%. Alguns pacientes tiveram mais de um tipo de mudança”, informa o oftalmologista Eduardo de Lucca, que também integra o corpo clínico do IMO.

Os pacientes mais velhos foram mais propensos a se depararem com mudanças significativas. A taxa de mudanças resultantes dos exames oftalmológicos de rotina variou de 8% para crianças menores de quatro anos a 78% para adultos com 65 anos ou mais.

Os intervalos de avaliação foram mais longos para adultos jovens e de meia-idade; para ambos os grupos, o tempo médio entre as consultas foi de cerca de três anos. A idade mais avançada e o maior intervalo de avaliação foram associados a uma taxa maior de mudanças significativas, independentes entre si.

“Os exames oftalmológicos de rotina desempenham um papel importante na prevenção da perda de visão por meio do rastreamento de doenças oculares assintomáticas. No entanto, a frequência ideal de exames para pacientes sem problemas de visão ou sintomas relacionados aos olhos é desconhecida. As recomendações atuais variam, refletindo a opinião de especialistas, em vez de evidências concretas”, destaca Eduardo De Lucca.

Em todas as faixas etárias, os intervalos de avaliação do estudo se aproximaram das diretrizes canadenses de optometria. Dada uma detecção geral de mais de 50% de mudanças significativas, os exames oftalmológicos de rotina parecem ser produtivos em pacientes assintomáticos, e isso parece aumentar com a idade.

“Muitas vezes, as pessoas não conseguem ver a necessidade de exames oftalmológicos sem sintomas, mas os autores argumentam que existem numerosas razões sólidas para exames oftalmológicos rotineiros e regulares, dentre estas, estão importantes doenças sistêmicas, como o diabetes e as doenças oculares como o glaucoma e a degeneração macular”, diz Eduardo de Lucca.

 

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