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Exercícios físicos são recomendados para pacientes com retinopatia diabética?

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Segundo a Associação Americana de Diabetes, pacientes diabéticos devem ser orientados a realizar pelo menos 150 minutos por semana de exercícios físicos  aeróbicos de moderada intensidade, ou seja, atingindo 50 a 70% da freqüência cardíaca máxima. Na ausência de contra-indicações, pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) devem ser encorajados a realizar  treinos de resistência, pelo menos 3 vezes por semana. 

Diferentes estudos têm revelado que exercícios regulares melhoram o controle glicêmico, diminuem os fatores de risco cardiovasculares, contribuem para a perda ponderal e produzem bem-estar. “Além disso, o exercício regular pode prevenir a ocorrência de DM2 em indivíduos com alta predisposição”, alerta o oftalmologista Edson Branzoni Leal, que também integra o corpo clínico do IMO.

Para a população em geral, as diretrizes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA sugerem que, após os 18 anos de idade, os norte-americanos realizem, pelo menos:

  • 150 minutos por semana de atividade física moderada;
  • 75 minutos por semana de atividade física intensa, ou ainda;
  • uma combinação equivalente das duas.

Adicionalmente, também é sugerido que adultos realizem atividades de musculação, envolvendo os grupos musculares maiores, em dois ou mais dias por semana. Para adultos com mais de 65 anos de idade ou aqueles com deficiências físicas é recomendado que sigam as recomendações realizadas para os adultos em geral e, se não for possível realizá-las, o façam na máxima intensidade possível de modo a permanecer fisicamente ativos.

No Diabetes Prevention Program no qual foram incluídos pacientes com pré-diabetes e que realizaram 150 minutos de exercícios de intensidade moderada, por semana, foi percebido um efeito benéfico sobre a glicemia. Sendo assim, é razoável que a ADA recomende que os pacientes com diabetes sigam as recomendações feitas para a população em geral.

“Exercícios de resistência progressivos melhoram a sensibilidade à insulina de homens idosos com DM2, com a mesma intensidade ou até com maior eficácia do que os exercícios aeróbicos. Ensaios clínicos têm mostrado evidências fortes de que os treinos de resistência em indivíduos idosos com diabetes diminuem a HbA1c (hemoglobina glicosilada). Além disto, os efeitos benéficos aditivos ocorrem combinando exercícios aeróbicos e de musculação em adultos com DM2”, explica Edson Branzoni Leal.

Avaliação antes de recomendar um programa de exercícios

Pacientes com múltiplos fatores de risco para doença arterial coronariana, assintomáticos, devem ser submetidos a testes que identifiquem em que nível de atividade física tornam-se mais susceptíveis a apresentar complicações. Não existe, no entanto, consenso sobre como realizar um rastreamento efetivo e devido a isso, a ADA não recomenda o rastreamento de rotina. Pacientes com alto risco  cardíaco devem ser encorajados a iniciar um aumento da atividade física por curtos períodos.

“Para  os pacientes com episódios frequentes de hiperglicemia  e cetóticos, os exercícios parecem piorar a hiperglicemia e a cetose, de modo que para eles não é recomendada uma atividade física intensa”, alerta o médico.

Pacientes hiperglicêmicos, sem cetonúria, sentido-se bem, deverão ser encorajados a iniciar atividades físicas. Em pacientes que recebem insulina ou secretagogos de insulina, a realização de exercícios físicos pode causar hipoglicemia, se não for alterada a dose da medicação ou o consumo de carboidratos. “Exercícios aeróbicos intensos  ou de resistência são contra-indicados para pacientes com retinopatia proliferativa ou retinopatia diabética grave, não proliferativa, devido a maior possibilidade de hemorragia vítrea ou descolamento de retina”, alerta o oftalmologista do IMO.

A neuropatia autonômica também aumenta o risco  de  lesões relacionadas aos exercícios ou eventos adversos através de:

  • Diminuição da resposta cardíaca ao exercício;
  • Hipotensão postural;
  • Termo-regulação inadequada;
  • Comprometimento da visão noturna devido a falta de resposta pupilar no escuro;
  • Absorção inadequada de carboidratos decorrente da gastroparesia, predispondo à hipoglicemia.
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