Nos últimos anos, um aumento substancial no número de lesões oculares causadas por canetas a laser tem sido observado, especialmente em crianças e adolescentes. Birtel e co-autores relatam, na edição atual do Deutsches Ärzteblatt International, que por vezes, são detectadas lesões graves na retina e prejuízos irreversíveis à visão / acuidade visual.
“Dependendo do comprimento da onda da saída de radiação, do tempo de exposição, da localização e do tamanho do ponto, as canetas a laser causam danos fototérmicos extensos ao olho. O fechamento natural das pálpebras e uma reação rápida de afastamento oferecem apenas uma proteção parcial contra as lesões causadas pelas canetas a laser, alertam os autores”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
Segundo dados do estudo, o risco de lesão é maior para a luz de ondas curtas (canetas com laser verde: comprimento de onda 490-575 nanômetros) do que para a luz de ondas longas (canetas com laser vermelho: comprimento de onda 635-750 nanômetros). “A retina é o principal foco da lesão causada pela fotocoagulação, que pode até levar à cegueira. A radiação desencadeia o aquecimento localmente limitado dos tecidos, que pode resultar em desnaturação da proteína, perda da integridade celular e sequelas inflamatórias”, explica o médico.
Os autores enfatizam que danos permanentes à retina são frequentemente causados por canetas a laser não inspecionadas e erroneamente classificadas. Além disso, a internet permite acesso fácil aos lasers de alto desempenho. “Por essa razão, formas de controle de acesso efetivos são irrealistas, os autores recomendam que é preciso conscientizar a população sobre os riscos das lesões associadas aos lasers, especialmente em crianças”, destaca Centurion.