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Combate à cegueira: conheça os avanços

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O combate à cegueira sempre foi um dos maiores desafios da Oftalmologia. Há séculos estamos acumulando conhecimento e informações neste sentido. Num país como o nosso, onde existem mais de 1 milhão de cegos e 4 milhões de deficientes visuais, toda nova informação científica é importante para combater a cegueira e seus terríveis efeitos sócio-econômicos. “Avanços como o olho biônico nos sinalizam, hoje, é que ainda podemos avançar muito nesta ‘guerra’ ”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

É importante destacar que a abordagem em relação à cegueira vem se modificando com o tempo. De fato natural relacionado à velhice, ela passou a ser inaceitável, quando é fruto de catarata, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade e retinopatia diabética, por exemplo. “Para ilustrar esta mudança de paradigma em relação à cegueira, podemos usar como exemplo a catarata. A evolução nas pesquisas e estudos sobre esta doença provocou uma mudança radical de postura da sociedade em relação ao envelhecimento e aos custos sociais da catarata”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, que também é membro da ALACCSA, Associação Latino-Americana de Cirurgiões de Córnea, Catarata e Cirurgias Refrativas.

Mudanças no tratamento da catarata

Até 25 anos atrás, a catarata era tida como algo inerente ao envelhecimento. “Idosos teriam que conviver com a catarata de alguma maneira,  bem ou mal… ”, afirma o oftalmologista Virgilio Centurion. A facectomia intracapsular era a técnica cirúrgica mais empregada em todo o mundo para a remoção da catarata. A cirurgia exigia pelo menos sete dias de internação hospitalar. “E a restauração visual se completava após um mês da cirurgia, com a prescrição de óculos especiais que provocavam a distorção das imagens e muito medo no paciente na hora de se locomover, pois não garantiam uma percepção real de tempo e espaço”, conta Centurion.

Para evitar os desagradáveis efeitos desta temida cirurgia, os oftalmologistas costumavam esperar a ‘catarata amadurecer’, a doença tinha que alcançar quase o mesmo grau de maturação em ambos os olhos, para que o médico os operasse com o menor intervalo possível. Se a catarata fosse unilateral, nem era operada devido ao pós-operatório conturbado.

Este cenário complicado e desesperançoso para os pacientes idosos que eram portadores de catarata começou a ser transformado com o surgimento da facoemulsificação, em 1967. Após um período de desconfiança, a comunidade oftalmológica começou a aceitar a nova tecnologia e seus conseqüentes  benefícios para médicos e pacientes. E o ciclo de boas novas se completa a partir de 1977, com o advento das lentes de Shearing e Sinskey, com elas, o tratamento da catarata deu um salto qualitativo. “A segurança dos então modernos implantes intraoculares propiciou que mais pacientes pudessem ser beneficiados com a cirurgia”, diz o diretor do IMO.

“Como reflexo destes avanços, nos dias de hoje, tanto faz se a catarata afeta apenas um dos olhos ou ambos, se a doença está em diferentes estágios de maturação nos dois olhos, pois os implantes corrigem este problema”, explica Virgílio Centurion.  Hoje, para tratar a catarata, o oftalmologista precisa fazer um minucioso estudo sobre a vida do paciente, a terapêutica é completamente personalizada.

“É preciso planejar a cirurgia de catarata individualmente. A acuidade visual é devolvida ao paciente de acordo com o seu estilo de vida. Para um paciente portador de catarata que não desenvolve rotineiramente atividades de cunho intelectual, oferecemos uma solução, um tipo de implante ocular, após a remoção da catarata. Para outro que necessita dirigir à noite e ainda mantém um ritmo de trabalho intenso com uso do computador, pensamos em outro tipo de implante”, explica o oftalmologista.

A cirurgia de catarata, que antes se restringia a devolver a visão possível aos pacientes, hoje, evoluiu para se tornar um procedimento que tenta libertá-los também do uso de óculos após a cirurgia. “Procuramos restaurar a visão, com o implante das mais diversas lentes intraoculares, se possível de imediato, e sem necessidade de lentes oftálmicas após a cirurgia”, afirma Virgílio Centurion.

“No fundo, o que buscamos com as pesquisas do olho biônico e com os contínuos avanços na cirurgia de catarata é devolver a um órgão tão delicado a sua plena capacidade de ver em todas as distâncias, sem a ajuda de nenhum outro elemento oftálmico externo. Estamos avançando e trabalhando para erradicar qualquer manifestação da cegueira no futuro”, conclui Virgílio Centurion.

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