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Controle glicêmico está relacionado à menor prevalência de retinopatia diabética

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Segundo um estudo publicado na Diabetes CareContinued Reduction in the Prevalence of Retinopathy in Adolescents With Type 1 Diabetes – uma tendência para gerenciar de forma mais efetiva os níveis de glicose no sangue em adolescentes com diabetes tipo 1, ao longo das últimas duas décadas, revelou uma diminuição correspondente nos casos de  retinopatia diabética para esta faixa etária.

O estudo, realizado por pesquisadores do Instituto de Endocrinologia e Diabetes do Hospital Infantil de Westmead, Austrália, acompanhou 1.604 adolescentes que tinham o diagnóstico de diabetes tipo 1 há pelo menos cinco anos e que estavam sendo tratados com infusão contínua de insulina subcutânea  ou  com múltiplas injeções diárias de insulina.

Este estudo observacional reuniu 2.030 avaliações de saúde destes jovens por um período de 20 anos (1990-2009).  Após as análises dos dados, os pesquisadores foram capazes de confirmar uma associação entre o manejo efetivo da glicose no sangue e a melhora do controle glicêmico, o que beneficiou os adolescentes com um menor risco de retinopatia.

O estudo apresenta seus resultados 18 anos depois do Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) mostrar, pela primeira vez, que manter os níveis de glicose no sangue perto do normal retarda o aparecimento e a progressão de danos vasculares nos olhos e rins de pessoas com diabetes tipo 1.

A retinopatia foi encontrada em cerca de metade dos adolescentes que tinham diabetes tipo 1 no início de 1990, em comparação com apenas 12% nos últimos anos (2005-2009).

O estudo também revelou que algumas evidências sugeriram que aqueles adolescentes tratados com infusão contínua de insulina subcutânea apresentavam um menor risco de desenvolver retinopatia diabética, quando comparados com os que eram tratados com múltiplas injeções diárias de insulina, o que sugere que o nível de risco reduzido decorre da variabilidade glicêmica reduzida.

“Os resultados do estudo revelam informações importantes para pacientes, familiares e profissionais de saúde. Há muito defendemos que o controle glicêmico é fundamental na prevenção das comorbidades da diabetes. No entanto, sabemos que nem todos os diabéticos têm acesso ao tratamento apropriado e calcado na tecnologia, como é o caso da infusão contínua de insulina subcutânea. Temos muito trabalho pela frente para garantir os mesmos benefícios a todos os portadores de diabetes”, defende o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Como a diabetes afeta a estrutura ocular

A retinopatia diabética é fruto do dano de longo prazo causado à retina  pelo diabetes. “A doença é causada por danos nos vasos sanguíneos da retina e se apresenta sob duas formas: não proliferativa  e proliferativa, que é a forma mais avançada e grave da doença. Pessoas com diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2  correm o risco de desenvolver a doença”, explica o oftalmologista Juan Carlos Sánchez Caballero, que também integra o corpo clínico do IMO.

A retinopatia é também mais provável de ocorrer mais cedo e ser mais grave se o diabetes é mal controlado e se a doença tiver sido diagnosticada há muito tempo. “Quase todos os pacientes portadores de diabetes há mais de 30 anos, por exemplo, tem alta probabilidade de desenvolver sinais de retinopatia diabética”, explica o médico.

Muito frequentemente, a retinopatia diabética não apresenta sintomas até que os danos aos olhos  já se encontrem num estágio avançado. Com a progressão da doença, os sintomas da retinopatia diabética incluem:

  • Visão turva e perda de visão lenta, ao longo do tempo;
  • Moscas volantes;
  • Sombras ou áreas em falta de visão;
  • Dificuldade para enxergar à noite.

“Muitas pessoas com retinopatia diabética, nos estágios iniciais da doença, não apresentam sintomas antes de uma hemorragia grave ocorrer no olho. É por isso que todas as pessoas com diabetes devem fazer exames oftalmológicos regulares, além de manterem a doença sob controle, o que significa dizer que os níveis de glicose e de colesterol devem ser controlados, bem como a pressão arterial”, diz Juan Carlos Sánchez Caballero.

Mais agilidade no diagnóstico da retinopatia

A Associação Americana de Diabetes recomenda que todos os pacientes com diabetes tipo 1 passem por exames detalhados para identificar a provável retinopatia em até cinco anos após serem diagnosticados com a doença. Já os pacientes com a diabetes tipo 2 devem fazer exame completo da retina logo após terem sido diagnosticados com diabetes.

Nos estágios iniciais, a retinopatia diabética pode não causar quaisquer sintomas, como visão embaçada ou flutuações da visão. Ainda assim, os vasos sanguíneos nos olhos já podem estar seriamente lesados. “Danos aos vasos sanguíneos nos olhos são geralmente irreversíveis. É isso que torna tão importante a detecção precoce de doença ocular, pois contamos com tratamentos efetivos que podem deter a progressão da retinopatia diabética, mas não existe cura para a doença”, explica Juan Carlos Sánchez Caballero.

Os pacientes portadores de retinopatia diabética proliferativa, associada ou não ao descolamento de retina, podem ter indicação de tratamento cirúrgico por uma técnica chamada de vitrectomia posterior. “Um grande avanço nessa área foi o advento de equipamentos de última geração, como o aparelho Constellation Vision System da Alcon Laboratórios. O equipamento possui um sistema de corte com a velocidade de 5.000 cortes por minuto, sondas de menor calibre, sistema de iluminação excelente e inúmeros outros recursos que tornam a vitrectomia posterior muito mais segura e eficiente”, explica o oftalmologista.

Este equipamento permite realizar cirurgias com menor índice de complicações, menor tempo cirúrgico, menor agressão cirúrgica por conta das incisões menores autoselantes e recuperação mais rápida da visão.

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