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É comum ouvirmos algumas pessoas reclamarem que dirigir à noite é mais complicado do que durante o dia. Muitas chegam a afirmar que só dirigem à noite por necessidade. Ofuscamento, ardência, visão turva, “parece que tem uma nuvem na minha frente”… são algumas das queixas. “Frequentemente, atendemos pacientes que reclamam sobre o ato de dirigir à noite, mesmo os que não têm nenhum vício de refração, como miopia e astigmatismo. O ofuscamento causado pelos faróis dos outros veículos e a incapacidade de enxergar a certas distâncias são as principais causas das queixas”, afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Segundo Centurion, cones e bastonetes são as principais células da visão. Os cones, no centro da retina, garantem a nitidez de imagens e cores. Já os bastonetes, na periferia dos olhos, proporcionam imagens com ângulos mais abrangentes, embora pouco detalhadas. “Os bastonetes, usados quando há pouca luz, são responsáveis pelo campo de visão, fundamental para dirigir à noite”, explica. O desconforto de muitas pessoas com a direção noturna pode ser explicado pela falta dos detalhes nas imagens. Isso porque os cones funcionam bem apenas com iluminação. “Em casos mais sérios, a pessoa pode ter retinose pigmentária, doença que proporciona um campo visual mais tubular”, afirma o oftalmologista. O problema, explica Centurion, é hereditário e tem como sintoma a cegueira noturna.

Nos Estados Unidos, cerca de 100 mil pessoas têm cegueira noturna, mas no Brasil não há estatísticas para compararmos os dados. O que se sabe sabemos é pessoas de pele mais clara sofrem mais com o ofuscamento por ter menos pigmentos na íris. “Quando a luz bate, reflete dentro dos olhos, funcionando como uma caixa espelhada”, explica Centurion.

Causas múltiplas

Motoristas com fotofobia também sofrem com o ofuscamento. “Eles são muito mais sensíveis à luz e os faróis atrapalham demais”, afirma o oftalmologista Eduardo de Lucca, que também integra o corpo clínico do IMO. Para evitar o incômodo do ofuscamento, Eduardo aconselha o uso de óculos especiais. “Há lentes com mais filtros e que contrastam mais à noite, acentuando as imagens e separando melhor os estímulos luminosos”, explica. As lentes ideais, de acordo com o oftalmologista, são as de cores amarela e âmbar.

Além da perda dos detalhes das imagens, à noite a percepção de profundidade de campo também é menor. “O motorista deve tomar muito cuidado, especialmente com os pedestres”, alerta Eduardo.

Segundo os especialistas do IMO, o motorista na faixa dos 50 anos precisa tomar mais cuidado. “Ele necessita do dobro de luz que um de 30 para enxergar. O uso de óculos pode manter a acuidade visual estática, mas não a dinâmica. A acuidade dinâmica é a capacidade de mover os olhos de maneira sincronizada com os alvos móveis”, explica o oftalmologista.

Nessa faixa etária é aconselhável fazer exames de visão frequentes, pois o motorista torna-se mais sensível ao ofuscamento e mais lento para adaptar-se à escuridão. “O tempo de reação do motorista diminui e, além disso, a visão periférica – a capacidade de enxergar alguma coisa fora do campo central de visão – se deteriora com o tempo”, diz Eduardo de Lucca.

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