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Estatina pode reduzir o risco de cirurgia de catarata

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Um estudo publicado recentemente no American Journal of OphthalmologyRecent statin use and cataract surgery –  revela que, a longo prazo, o uso de estatinas está associado a um menor risco de cirurgia de catarata. Já o uso do medicamento, a curto prazo, está relacionado a um risco maior.

Isto porque as estatinas, conhecidas por reduzir os níveis de colesterol, também têm um efeito antioxidante que previne o desenvolvimento da catarata. Segundo Donald S. Fong, autor do estudo, a razão pela qual somente o uso prolongado oferece proteção contra a cirurgia de catarata é que a catarata, uma vez formada, não responde a qualquer tipo de tratamento, somente à cirurgia. Ou seja, o uso de estatinas “não poderia corrigir o cristalino danificado”.

Já o uso precoce da estatina, quando o paciente é mais jovem, ou quando o medicamento é tomado por mais tempo, serve como mecanismo protetor do organismo, impedindo que a catarata se desenvolva.

O aumento do risco da cirurgia de catarata com o uso de curto prazo da estatina não sugere que a causa para o aparecimento da catarata seja o uso do medicamento. Segundo os autores do estudo, com o uso de curto prazo, o paciente está apenas começando a controlar os desequilíbrios do organismo que também estão associados com o desenvolvimento da catarata.

Prevenção do aparecimento da catarata

“A busca por métodos eficazes para prevenir o aparecimento da catarata pode ser comparada à corrida atrás do Santo Graal, pois já dispomos do tratamento mais efetivo para a doença, no entanto, ainda não conseguimos prevenir o seu aparecimento. O estudo mencionado traz uma relevante contribuição neste campo, mas é preciso lembrar que o uso da estatina deve ser recomendado por um cardiologista. Ninguém deve sair tomando o medicamento por conta própria, visando prevenir o aparecimento da catarata”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, que dirige o IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Segundo o médico, “por conta própria”, há outras medidas que podem ser adotadas visando a prevenção da doença, tais como: parar de fumar, evitar a exposição excessiva à radiação ultravioleta, evitar quantidades excessivas de álcool e ingerir muitas frutas e vegetais frescos. “Nenhuma evidência existente sugere que o uso de colírios ou pomadas ou realizar exercícios para os olhos vai impedir o aparecimento da catarata”, diz Virgílio Centurion.

A maneira mais simples e mais eficaz de se proteger contra a radiação ultravioleta (UV) é não se expor ao sol. “Mas como isto não é possível, principalmente, no Brasil, um país tropical, durante a exposição solar, algumas medidas preventivas podem ser adotadas para diminuir os danos causados à visão. O uso de um chapéu de abas largas pode reduzir significativamente a exposição dos olhos à radiação UVB. É importante saber que os raios de sol são altamente reflexivos, por isto, sentar na sombra ou debaixo de um guarda-sol, por si só, não garante proteção”, explica o diretor do IMO.

Usar os óculos de sol, sempre, é outra medida preventiva eficaz. “Óculos de sol não precisa ser caro ou de grife. Mas é importante selecionar óculos que bloqueiem, pelo menos, 99% dos raios UVB e 95% dos UVA. Já sabemos que as lentes polarizadas e revestidas de espelho não oferecem qualquer proteção contra as radiações UV”, diz Centurion.

Dieta e nutrição

Não está completamente estabelecido que a dieta desempenhe um papel significativo no desenvolvimento da catarata. No entanto, são muitos os estudos que indicam que frutas de cor escura (verde, vermelho, roxo e amarelo) e vegetais costumam ter níveis elevados de fitoquímicos que podem ser associados a um menor risco de catarata.

“Na análise de nutrientes, os pesquisadores focam sua atenção na importância dos antioxidantes e dos carotenóides. Os estudos demonstraram que os suplementos vitamínicos antioxidantes (como vitaminas C e E) não ajudam a prevenir a catarata. Ainda assim, frutas e vegetais que contenham essas vitaminas são importantes para uma boa saúde, no geral”, explica o oftalmologista.

A luteína e a zeaxantina são os dois carotenoides mais estudados para a prevenção da catarata. Eles são compostos de xantofila, um tipo particular de carotenoide. “Como a luteína e a zeaxantina também são encontrados nas lentes dos olhos, algumas evidências indicam que alimentos ricos em xantofila (como vegetais folhosos verde escuro) podem ajudar a retardar o processo de envelhecimento do cristalino, protegendo o organismo contra a catarata. No entanto, não há ainda evidências suficientes para sugerir que tomar suplementos com esses carotenoides diminui o risco de formação de catarata”, diz Virgílio Centurion.

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