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Filmes em 3D associados a sintomas desagradáveis de visão

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Assistir a filmes em 3D pode fazer com que você “mergulhe numa experiência”, mas também pode provocar sintomas visuais desagradáveis e até mesmo enjôo, relata um estudo – Stereoscopic Viewing and Reported Perceived Immersion and Symptoms publicado na edição de julho de Optometry and Vision Science.

Os sintomas relacionados com a visualização em 3D são resultado de onde você está sentado no cinema e da sua idade. Segundo os autores do estudo, quanto mais jovem e quanto mais próximo da tela, maiores são os problemas provocados pelo 3D, que podem ser amenizados por uma distância maior da tela e por um melhor ângulo de visão.

Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores realizaram experimentos em que adultos, jovens e de meia-idade, foram convidados a assistir a um filme em 2D ou 3D, sentando em diferentes ângulos e distâncias da tela. Os sintomas visuais e os demais sintomas de mal estar foram avaliados, analisando o papel de fatores como a idade, a posição de assento, e o nível de “imersão” no filme.

21% dos participantes relataram sintomas desagradáveis enquanto assistiam ao filme em 3D, em comparação com 12% com visualização em 2D. Para os participantes mais jovens do estudo: visão turva, visão dupla, tontura, desorientação e náusea foram mais frequentes e mais graves quando eles assistiram o filme em 3D.

Os que assistiram ao filme em 3D também relataram uma maior sensação de imersão, ou “um maior sentido de movimento do objeto e do movimento do observador no espaço”, em comparação com a visualização em 2D.

Os indivíduos sentados em posições mais centrais ou mais próximos da tela relataram maior imersão, bem como um aumento dos sintomas de náusea. Os que estavam sentados lateralmente, em relação à tela, relataram uma menor imersão, bem como sintomas de náusea reduzidos.

Outras diferenças relatadas estão relacionadas à idade dos participantes, incluindo uma taxa mais baixa da acuidade visual em espectadores mais velhos (46 anos de idade ou mais). Os espectadores mais velhos relataram mais sintomas visuais desagradáveis na visualização em 2D, enquanto os espectadores mais jovens (idades entre 24-34 anos) apresentaram mais sintomas de mal estar na visualização em 3D.

“Os mesmos mecanismos relacionados à idade que levam a taxas mais baixas de visão turva em espectadores mais velhos também podem explicar as taxas mais baixas de sintomas visuais desagradáveis durante a exibição em 3D”, explica o oftalmologista Virgílio Centurion, que dirige o IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Popularização do 3D

Como os filmes em 3D se tornam mais comuns, inclusive nas residências, há aumento dos relatos de sintomas visuais desagradáveis e outros problemas entre os espectadores em 3D.

“A sensação visual desagradável e os sintomas de desorientação ligados à visualização em 3D podem estar relacionados a um ‘descasamento’ entre a concentração e a convergência dos olhos. A tecnologia pode trabalhar para reduzir o descompasso entre o local onde os olhos convergem e onde eles se concentram”, observa o oftalmologista Eduardo de Lucca, que também integra o corpo clínico do IMO.

Enquanto isto não acontece, “o estudo pode ajudar os oftalmologistas e os outros profissionais de saúde na conversa com os pacientes sobre os sintomas visuais e outros relacionados com as configurações do vídeo em 3D”, defende o médico.

Efeitos nocivos do 3D

A imagem vista pelo espectador é interpretada pelo cérebro como sendo em 3D, pois cada olho vai receber uma imagem com um ângulo e uma perspectiva diferentes, isso causa a impressão de que existe um objeto em 3D. Uma vez que essa ilusão depende de imagens diferentes a serem interpretadas, pessoas mais jovens, portadores de vertigem e até mesmo com condições cerebrais como a epilepsia estarão sujeitas a mais sintomas desagradáveis, como tontura, náuseas e cefaleia.

Segundo o oftalmologista, “pacientes com doenças oculares como estrabismo podem não reconhecer as imagens diferentes, podem enxergar apenas um borrado ou simplesmente podem não perceber o efeito 3D. O ideal é que sempre que o espectador enfrentar qualquer dificuldade visual para ver um filme em 3D, ele procure um oftalmologista para esclarecer suas dúvidas”.

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