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Leitura prolongada é impactada pelo olho seco

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Pesquisadores da Johns Hopkins relatam que o olho seco crônico, uma condição na qual as lágrimas naturais não conseguem lubrificar adequadamente os olhos, pode diminuir a taxa de leitura e atrapalhar significativamente as tarefas do dia a dia que exigem concentração visual por longos períodos de tempo.

Em um estudo com 186 adultos, publicado por especialistas em olho seco, da Johns Hopkins Medicine, revela que a condição pode diminuir a velocidade de leitura em até 10% e dificultar a leitura por mais tempo, numa média de 30 minutos.

“Os autores do estudo formularam a hipótese que as pessoas com olho seco são incapazes de manter um bom desempenho de leitura porque suas lágrimas não conseguem lubrificar novamente a superfície dos olhos com a rapidez suficiente”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Para testar a hipótese, os pesquisadores recrutaram 186 participantes  com olho seco no Wilmer Eye Institute. Todos os participantes tinham 50 anos de idade ou mais e não usaram o colírio prescrito ou qualquer colírio nas 24 horas que antecederam o teste. O grupo tinha uma idade média de 63,2 anos, 116 participantes tinham olho seco clinicamente significativo, 39 relataram sintomas de olho seco (mas não tinham achados clínicos) e 31 participantes não tinham olho seco (atuaram como controles). Dos participantes, 131 com olho seco e 23 participantes do controle eram mulheres.

Todos os participantes responderam ao questionário Ocular Surface Disease Index – uma pesquisa de 12 perguntas sobre os sintomas do paciente, como desconforto ocular, qualidade da visão e contribuintes ambientais para as queixas oculares, como vento ou fumaça. Em seguida, um dos pesquisadores aplicou um teste de leitura com 7.200 palavras, que durava cerca de  30 minutos para ser concluído.

Os resultados mostraram que os 116 participantes com olho seco clinicamente significativo leram menos palavras por minuto do que os controles ou aqueles com apenas sintomas de olho seco. A taxa de leitura foi de 32 palavras por minuto a menos em pacientes com olho seco clinicamente significativo, com média de 240 palavras por minuto, em comparação aos controles e pacientes com sintomas de olho seco (mas sem achados clínicos) que leram no mesmo período cerca de 272 palavras por minuto.

“A equipe de pesquisadores também descobriu que a função visual sustentada – como ler, dirigir ou realizar cirurgias – é difícil para todos, porque muda a  taxa de intermitência normal de piscadas. No entanto, a mudança no ritmo afeta mais severamente as pessoas com olho seco”, afirma a oftalmologista Sandra Alice Falvo, que integra o corpo clínico do IMO. 

Uma doença crônica

O diagnóstico e o tratamento do olho seco são frequentemente complicados, em parte, porque muitas condições podem causar esse problema, incluindo glândulas sebáceas obstruídas e a inflamação sistêmica causada por uma doença reumatológica.

“Os tratamentos mais eficazes são aqueles adaptados às causas subjacentes do olho seco, à gravidade da deficiência lacrimal e às atividades do paciente.  As pessoas que experimentam sintomas frequentes de olho seco, como ardor, visão flutuante e secura, podem experimentar os colírios lubrificantes, mas terão mais sucesso se passarem por testes e diagnósticos profissionais, antes”, explica a oftalmologista.

Os tratamentos atuais podem incluir a prescrição de colírios, mudanças no estilo de vida e ambientais,  inserção cirúrgica de plugues ou outros procedimentos para aumentar a produção de lágrimas, como a aplicação de um laser.

“Infelizmente, o olho seco é mal compreendido. Muitas pessoas não relatam ao oftalmologista os sintomas de desconforto ocular e recorrem à automedicação. É possível diagnosticar o olho seco com precisão. Por meio de um questionário e  com algumas gotas de colírio, durante um exame de rotina, o oftalmologista é  capaz de reconhecer o olho seco e iniciar o melhor tratamento. Para uma avaliação mais criteriosa existem exames específicos para o diagnóstico, realizando o teste de avaliação da lubrificação ocular, por meio de tecnologia sofisticada”, diz Sandra Falvo.

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