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Problemas oculares que acometem a terceira idade

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A partir dos 40 anos de idade, surgem os problemas oculares que acometem a terceira idade. A visão começa a dar sinais de cansaço… É o que os oftalmologistas chamam de presbiopia. Isto sem falar na pressão intraocular, que pode subir e favorecer o aparecimento do glaucoma. Por volta dos 50 anos, a catarata também se torna uma ameaça ao bem estar e à autonomia do indivíduo. A retina também começa a apresentar sinais de envelhecimento e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) pode aparecer…

“O ato de envelhecer não deve ser encarado como algo ruim e sim como uma conquista. É uma fase da vida para a qual devemos começar a nos preparar cedo. Afinal, são os nossos atos de hoje que irão assegurar uma velhice saudável”, defende o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do Instituto de Moléstias Oculares, IMO.

Depois dos 40, os exames oftalmológicos são obrigatórios e imprescindíveis. Devem ser realizados anualmente. Uma das razões para a preocupação com a saúde oftalmológica é o aparecimento da presbiopia, a famosa vista cansada, uma alteração que acontece no cristalino e no músculo ciliar, impedindo o indivíduo de enxergar de perto.

“A presbiopia afeta a qualidade de vida e a produção no trabalho. A dificuldade de enxergar de perto faz com que a pessoa afaste, regularmente, os olhos do documento que está sendo lido, ação, que, repetida, várias vezes causa um cansaço excessivo pelo simples atos de ler”, diz Juan Caballero, oftalmologista que também integra o corpo clínico do IMO. O uso de lentes corretivas pode compensar a dificuldade, facilmente diagnosticada durante uma consulta oftalmológica rotineira.

Glaucoma

Outro cuidado nesta etapa da vida é com o aumento da pressão intra-ocular, bem como outros indícios de glaucoma. “A doença pode se apresentar de forma crônica ou aguda. Em 80% dos casos crônicos, não há nenhum sintoma. Nos casos agudos, os pacientes podem apresentar dor de cabeça, hipertensão intracraniana, visão turva, além de náuseas e vômitos. Alguns reclamam de halos coloridos ao redor de luzes incandescentes”, informa Juan Caballero.

O glaucoma é uma doença que requer atenção e controle, pois pode levar à cegueira, quando não tratada adequadamente. Para a forma crônica, o tratamento pode ser feito à base de colírios, laser e, em último caso, a cirurgia. Nos casos agudos, é necessário reduzir a pressão intra-ocular através do uso de laser para evitar novas crises agudas.

Olhos secos

Mulheres que estão entrando na menopausa estão mais propensas à Síndrome do Olho Seco, doença que se não for tratada pode danificar a córnea. A Síndrome é caracterizada pela diminuição na produção das lágrimas e, conseqüentemente, da lubrificação dos olhos. Os sintomas são incômodos: sensação de areia e corpo estranho nos olhos, olhos vermelhos, maior sensibilidade ao vento e ao ar condicionado.

“Existem muitas indicações terapêuticas para tratar o problema. Após uma avaliação, o oftalmologista pode prescrever o uso de lágrimas artificiais. Em casos mais graves pode ser feita uma obstrução – temporária ou permanente – do ponto lacrimal por meio de uma incisão cirúrgica”, informa Caballero. São recomendáveis também a umidificação do ambiente, evitar o uso de ar condicionado e o uso prolongado do computador ou televisão.

Síndrome do usuário do computador

Outra razão que reforça a necessidade de exames preventivos a partir dos 40 anos é o uso constante, e, muitas vezes, abusivo do computador como instrumento de trabalho. De 70% a 90% dos usuários de computador sofrem freqüentemente da patologia diagnosticada nos dias atuais como: Fadiga Visual ou Síndrome do Usuário do Computador.

“As queixas mais comuns destes pacientes são olhos irritados ou vermelhos, ‘ressecados’, lacrimejantes, coceira, ‘cansaço na vista’, sensibilidade à luz, dificuldade de conseguir foco, visão de cores alteradas, halos ao redor dos objetos, visão embaçada ou dupla”, enumera o oftalmologista Juan Caballero.

Nestes casos, o paciente precisa mais de orientação, do que medicação para que os sintomas incômodos possam ser aliviados. “Piscar é fundamental, pois faz a troca do filme lacrimal, uma película de lágrima que fica sobre a córnea, responsável pela manutenção da umidade dos olhos, indispensável para uma boa visão”, afirma o oftalmologista. O médico recomenda uma pausa de pelo menos 10 minutos a cada hora trabalhada, para que o profissional relaxe e volte a piscar normalmente.

“As pausas devem ser para descansar realmente os olhos. Não para continuar lendo o trabalho ou conversar com o colega sobre o serviço. É preciso sair da frente do computador e, de preferência, olhar para uma janela aberta ou ir tomar um café em outro local”, diz.

Catarata

Com o avançar dos anos e a entrada na quinta década de vida, a catarata e a DMRI devem ser monitoradas pelas consultas anuais. “A catarata provoca aumento da miopia, diminuição da hipermetropia e a necessidade constante de mudar o grau dos óculos. É uma doença típica da terceira idade que pode levar a um sério comprometimento da visão, e, à consequente incapacidade, se não tratada”, explica Virgílio Centurion, que integra a ALACCSA, Associação Latino-Americana de Cirurgiões de Córnea, Catarata e Cirurgias Refrativas.

Como não existe tratamento clínico para a catarata, a única maneira de impedir o avanço da doença e a perda da visão é a cirurgia de remoção do cristalino opaco dos olhos e a colocação de uma lente intra-ocular artificial. “A perda da visão causada pela catarata pode ser reversível nos casos em que não há outras doenças oculares associadas, como a degeneração macular, a retinopatia diabética ou o glaucoma”, diz Centurion.

Degeneração macular 

É também com a proximidade dos 50 anos que podem surgir um embaçamento da visão central… uma dificuldade para ler, escrever, costurar e para realizar outras atividades que exijam visão em detalhe. Um esmaecimento das cores, a percepção de uma área escura ou vazia no centro da visão e a alteração do tamanho dos objetos… Os sintomas descritos caracterizam a  Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).

“A mácula é uma pequena área localizada na parte posterior do olho que nos permite enxergar detalhes finos com clareza. A degeneração macular é uma lesão neste local, que afeta tanto a visão para longe quanto a visão para perto, podendo dificultar e até mesmo impedir a realização de algumas atividades”, explica Virgílio Centurion.

Na maioria dos casos, a degeneração macular afeta um olho de cada vez, e o paciente só se dá conta de que tem algum problema quando começa a perceber algum dos sintomas já citados.

“Entretanto, o oftalmologista pode detectar a degeneração macular em seu estágio inicial, durante uma consulta oftalmológica de rotina”, alerta o oftalmologista. A degeneração macular não causa cegueira total, pois, a retina periférica não é afetada. Mas, pode causar uma visão subnormal, um problema que os óculos comuns não são capazes de solucionar.

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