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Verificador de sintomas on-line erra ao diagnosticar problemas oculares

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As pessoas que procuram um verificador de sintomas on-line para obter respostas sobre problemas oculares geralmente recebem um diagnóstico errado, sugere um estudo.

Os verificadores de sintomas estão em toda a web, geralmente usando algoritmos para fornecer diagnósticos, mesmo quando publicam avisos de isenção de responsabilidade, não recomendando o uso dessas ferramentas para orientação médica. Embora alguns estudos já tenham documentado, muitas maneiras, pelas quais os verificadores de sintomas podem enganar os pacientes, sabe-se menos sobre quão bem eles trabalham especificamente nas doenças oculares, observam os pesquisadores do JAMA Ophthalmology.

Para o estudo atual, os pesquisadores testaram com que frequência um verificador de sintomas on-line, oferecido pelo WebMD, gerou o diagnóstico correto para 42 condições clínicas semelhantes às situações que os pacientes poderiam descrever pessoalmente aos médicos. Eles queriam ver com que frequência o verificador de sintomas recebia o diagnóstico correto ou pelo menos gerava o diagnóstico correto como uma das três principais respostas possíveis. Os testes foram realizados no final de 2017.

No geral, o verificador de sintomas acertou o diagnóstico em apenas 11 dos 42 casos, ou apenas 26% das vezes. E o diagnóstico correto estava entre os três principais diagnósticos possíveis em apenas 16 casos, ou 40% das vezes.

“Em última análise, o que está em jogo aqui é a visão e a tranquilidade do paciente. Se os pacientes recebem um diagnóstico errado ou são instruídos a não procurar atendimento médico urgentemente, quando deveriam, podem correr o risco de perder a visão, às vezes permanentemente”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Das 42 condições clínicas do estudo, 18 eram condições de emergência que necessitavam de atendimento imediato e 24 eram não-emergência. Em média, as condições incluíam três a quatro sintomas, e muitas tinham pelo menos um sintoma que não envolvia diretamente o olho.

O verificador de sintomas atingiu o nível de urgência da situação em apenas sete dos casos de emergência, ou apenas 39% das vezes. Ele categorizou corretamente a maioria dos casos não emergenciais como situações que não precisavam de atendimento imediato.

Quando o verificador de sintomas gerava uma longa lista de possíveis diagnósticos, o correto estava geralmente  entre o quarto ou o quinto lugar na lista, em média, não estando entre os três primeiros. O diagnóstico mais comum feito pelo verificador de sintomas foi o de miopia, que foi dado em nove casos.

“É preciso entender que os verificadores de sintomas são destinados apenas para fins informativos. Eles não fornecem orientação médica e não substituem o diagnóstico médico profissional”, orienta o oftalmologista Eduardo de Lucca, que integra o corpo clínico do IMO.

O estudo destaca que os pacientes precisam proceder com cautela ao consultar o “Dr. Google”, pois este é o primeiro estudo a examinar os verificadores de sintomas on-line oculares e mostra claramente que eles não são precisos.

“O diagnóstico correto é uma combinação de história clínica, exame físico e análise do médico para gerar o diagnóstico. Os verificadores de sintomas on-line podem ser um ponto de partida, mas são muito imprecisos. Eu seria cauteloso com eles, não os recomendaria”, diz Eduardo de Lucca.

 

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