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Colírio: uso indiscriminado pode prejudicar a visão

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“A automedicação com produtos aparentemente inofensivos, que não exigem receita médica para compra, também oferece riscos à saúde. Segundo o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 40% das intoxicações medicamentosas são resultado do uso incorreto de remédios, incluindo os de venda livre, como o colírio”, diz Virgílio Centurion, diretor do IMO e membro da ALACCSA, Associação Latino-Americana de Cirurgiões de Córnea, Catarata e Cirurgias Refrativas.

É comum o colírio ficar guardado meses e meses no armário do banheiro e assim que o tempo seco se instaura, ele é retirado e usado novamente para amenizar uma irritação ou para melhorar a sensação de olhos secos, mesmo sem a observação da data de validade do medicamento.

“Por serem vasoconstritores, alguns colírios podem levar a alterações cardíacas e elevação da pressão arterial. Um colírio pode ter até quatro princípios ativos. O mais perigoso deles é o corticoide, que, quando utilizado indiscriminadamente, colabora para o desenvolvimento de doenças como a catarata e o glaucoma”, alerta o diretor do IMO.

Se pingar “um colírio comum” com regularidade já é perigoso, usar aqueles indicados para doenças oftalmológicas específicas é pior ainda. “Quando uma pessoa asmática faz uso de um colírio para glaucoma, por exemplo, ela pode desenvolver uma crise de asma. Alguns colírios podem, ainda, provocar sonolência e taquicardias”, explica Virgílio Centurion.

Excesso de antialérgicos

Outra queixa comum decorrente do tempo seco é o aparecimento das alergias. “É preciso compreender que a medicação para os casos de alergia é sempre um paliativo, ela não resolve o problema. Ela é necessária na fase aguda de manifestação da doença e deve ser indicada por um médico. O que melhora a alergia é descobrir as causas do processo alérgico”, defende a oftalmologista do IMO, Sandra Alice Falvo.

Um dos principais efeitos adversos que os antialérgicos podem causar é a sonolência. “É muito perigoso tomar o antialérgico e sair dirigindo. Para os idosos, o uso indiscriminado de remédios, incluindo os antialérgicos, também aumenta a possibilidade da ocorrência de quedas. Os anti-histamínicos também não costumam ser indicados para idosos, que podem apresentar tontura, boca seca e escurecimento da visão em decorrência da ingestão do remédio”, alerta a médica.

Descongestionantes 

Outro cuidado deve ser observado em relação ao uso de descongestionantes nasais. Estes remédios são vasoconstritores. Ao comprimir os vasos sanguíneos, as gotas do medicamento facilitam a passagem do ar, mas, assim que passa o efeito, o nariz fica cheio de sangue novamente. Às vezes, mais congestionado do que antes.

O uso frequente e sem prescrição médica desses medicamentos faz com que os vasos se contraiam cada vez menos, o que leva o paciente a apostar em doses maiores nas aplicações seguintes para tentar alcançar o mesmo efeito. A utilização em excesso de descongestionantes pode afetar ainda o coração, pois estes medicamentos têm derivados da adrenalina em sua fórmula. Quando caem na corrente sanguínea, a substância acelera a frequência cardíaca e aumenta a pressão. “Esse tipo de medicamento não é recomendado para crianças, mulheres grávidas, hipertensos, portadores de glaucoma, de problemas cardíacos e de próstata”, alerta Sandra Alice Falvo.

Para driblar a secura do meio ambiente, Virgílio Centurion não recomenda o uso de nenhum remédio por conta própria. “Recomendamos sempre lavar abundantemente os olhos com água ou usar compressas de água mineral. Se os sintomas incômodos persistirem, sugiro que um oftalmologista seja procurado”, diz o médico.

 

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