fbpx
tablets

A customer uses a Kindle Fire tablet computer at the Amazon Books store in Seattle, Washington, U.S., on Tuesday, Nov. 3, 2015. Amazon.com Inc.'s store lets shoppers pick up books and try the online retailer's gadgets, including the Fire TV streaming device, Fire tablet and Kindle electronic reader. Photographer: David Ryder/Bloomberg via Getty Images

Compartilhe:

Pessoas que têm doenças oculares que prejudicam a visão central podem recuperar a capacidade de ler rapidamente e confortavelmente usando tablets. É o que revela uma pesquisa apresentada durante a Reunião Anual da Academia Americana de Oftalmologia.

De acordo com os pesquisadores, pessoas com perda de visão moderada podem aumentar sua velocidade de leitura em até 15 palavras por minuto, em média, usando um tablet com uma tela retroiluminada. O uso do tablet resultou em velocidades mais rápidas de leitura para todos os participantes do estudo, não importando o seu nível de acuidade visual.

A perda da visão central afeta milhões de pessoas que têm doenças oculares – como a degeneração macular ou a retinopatia diabética – que danificam as células sensíveis à captação da luz pela retina. Quando os tratamentos – óculos, medicamentos ou cirurgias – não são mais eficazes, os oftalmologistas podem ajudar seus pacientes a maximizar sua visão restante, utilizando utensílios de magnificação, desenvolvidos para pacientes com visão subnormal. Antes das telas digitais, os únicos auxiliares de leitura eram as lupas iluminadas, que são mais inconvenientes de serem usadas, quando comparadas ao tablets.

No estudo, realizado na Escola de Medicina Robert Wood Johnson, em New Jersey, os pesquisadores descobriram que todos os 100 participantes ganharam pelo menos 42 palavras por minuto (WPM) ao usar o iPad™ com definição de fonte de 18 pontos em comparação com a leitura de um livro impresso ou jornal. Um ganho mais modesto, de 12 WPM, em média, foi alcançado pelos participantes que usaram o Kindle ™. Os pacientes com visão mais pobre – definidos como 20/40 ou pior em ambos os olhos – mostraram uma maior melhora na velocidade de leitura quando o tablet foi usado em comparação com materiais impressos.

Os investigadores acreditam que a tela do IPAD retroiluminada é a chave para a velocidade de leitura significativamente melhor alcançada por pacientes com perda de visão moderada. O fator de visão envolvido é a sensibilidade ao contraste, que significa ser capaz de ver um objeto separado e distinto do fundo e de discernir tons de cinza. A perda de sensibilidade ao contraste é comum em pessoas com baixa visão.

O contraste palavra/fundo elevado fornecida por uma tela com iluminação de fundo é uma grande vantagem para esses pacientes. O Kindle original, que foi utilizado no presente estudo, não possui uma tela com iluminação de fundo. Além da tela retroiluminada outra vantagem é a facilidade para ampliar as letras até o padrão que o paciente consegue ler sem auxilio de lupas, explica Márcia Mitiko Horimi Kinoshita, ortoptista do IMO – Instituto de Moléstias Oculares.

Seja com uso de tablets ou exercícios especiais é muito importante ressaltar para os pacientes com baixa visão a necessidade do esforço visual diário para manter ou melhorar a eficiência visual facilitando assim a leitura e as atividades do cotidiano, segundo Marcia Kinoshita.

O estudo também avaliou o conforto dos pacientes de baixa visão ao lerem e descobriu que a modalidade preferida estava relacionada ao grau de perda da visão. Pessoas com a visão pior consideraram o iPad mais confortável, enquanto que aqueles com melhor visão ainda preferiam ler materiais impressos. Esta informação é muito útil para oftalmologistas aconselharem seus pacientes com vários graus de perda de visão.

“A leitura é um prazer simples que, muitas vezes, tomamos como um dom natural. Mas ela é uma habilidade, que pode ser perdida ou dificultada devido à perda parcial de visão. Os resultados do estudo mostram que os tablets podem melhorar a vida das pessoas com perda parcial de visão, auxiliando-os a se reconectarem com o mundo”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, CRM-SP 13.454, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Importância da reabilitação visual

“As doenças mais comuns que provocam uma baixa de visão são a degeneração macular relacionada à idade e outras maculopatias, como a diabética, miópica, associada à hipertensão arterial sistêmica, pós-oclusão vascular, por estrias angioides, pós-descolamento seroso de coroide, buracos maculares, queimaduras térmicas ou queimaduras por olhar para eclipse. A baixa visão também pode ocorrer devido a degenerações maculares hereditárias, como a Areolar, distrofias de cones, Doença de Stargadt, coloboma de mácula, pucker macular, alterações vítreo-retinianas, edema macular cistoide e trauma”, explica o oftalmologista Juan Caballero, CRM-SP 63.017, que também integra o corpo clínico do IMO.

No caso de degeneração macular relacionada à idade, os pacientes apresentam queixas de dificuldades funcionais na leitura muito precocemente, mesmo com acuidade visual para longe relativamente preservada. “É muito importante reconhecer esse tipo de problema e iniciar a reabilitação visual, pois o uso de adições progressivamente maiores propicia maior eficiência visual e facilita a aceitação e a adaptação aos auxílios ópticos: telescópios, lupas e lentes”, informa o médico.

“Para os profissionais que lidam com a reabilitação visual, a pesquisa sobre os tablets abre novas possibilidades neste processo tão importante de reinserção social do paciente por meio da leitura”, destaca o oftalmologista Juan Caballero.

Compartilhe:
WeCreativez WhatsApp Support
Preencha seus dados abaixo para falar com nossa equipe. Será um prazer atendê-lo!