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Verão: proteção vai além do uso dos óculos de sol

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  • Não compre óculos de sol em camelôs – A utilização de óculos de sol cujas lentes não ofereçam proteção adequada é considerada mais perigosa do que simplesmente não usar um óculos de sol. “A decisão de compra dos óculos de sol deve levar em consideração, primordialmente, o nível de proteção contra a radiação ultravioleta (UVA e UVB) que as lentes oferecem”, enfatiza a oftalmologista Sandra Alice Falvo, que integra o corpo clínico do IMO, Instituto de Moléstias Oculares. Esta informação, segundo a médica, deve estar disponível, no momento da compra, seja no adesivo fixado aos óculos ou em livretos contendo informações técnicas sobre o produto. “O comprador deve exigir esta informação”, aconselha Sandra. Além de saber o nível de proteção contra a radiação ultravioleta, também deve ser observada, no momento da compra, a adaptação dos óculos ao rosto. “Deve ser dada preferência às lentes que envolvam bem os olhos ou que impeçam a penetração de luz através das aberturas existentes entre os óculos e o rosto”, recomenda a oftalmologista. A cor das lentes também está relacionada à redução de problemas como enxaquecas, dores de cabeça e fotofobia. “Cores que provoquem pouca distorção da visão e das cores do ambiente, como é o caso de verde, cinza e marrom são as melhores indicações”, diz a oftalmologista Sandra Alice Falvo;
  • Proteja-se para praticar esportes ao sol – Proteger os olhos contra os raios UV e diminuir o desconforto do sol em esportes praticados ao ar livre são os benefícios do uso dos óculos de proteção. Segundo o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, “a importância do uso de óculos de proteção que absorvam e reflitam os raios solares durante a prática de esportes é uma questão de prevenção a possíveis doenças oculares”, explica. Atletas como alpinistas, esquiadores, pescadores e velejadores são expostos a altas doses de raios UV que atingem os olhos. A luz ultravioleta pode causar sensação de corpo estranho nos olhos, dor e irritação ocular. O desconforto costuma aparecer de seis a dez horas após a exposição aos raios solares. “A incidência direta dos raios ultravioleta no olho humano ocasiona lesões oculares, que gradual e cumulativamente, podem resultar na perda total da visão. As lesões oculares mais comuns causadas pelo excesso de sol são a queda da percepção de detalhes pela mácula – parte da retina responsável por esta função – e a formação da catarata, problema ocular grave, de maior incidência no mundo”, afirma Virgílio Centurion, que também é membro da ALACCSA, Associação Latino-Americana de Cirurgiões de Córnea, Catarata e Cirurgias Refrativas;
  • Evite o aparecimento do pterígio – Causado pelo excesso de exposição ao sol, o pterígio é um processo degenerativo da conjuntiva que pode se estender até a córnea, causando distorção da visão. “Popularmente, é conhecido como ‘carne no olho’. Na maioria dos casos aparece no canto interno do olho (nasal) e, em raras ocasiões, no lado temporal”, explica o oftalmologista do IMO, Eduardo de Lucca. O pterígio acomete indivíduos que habitam principalmente países de clima tropical, localizados próximo à linha do Equador e que trabalham expostos ao sol. Assim, a incidência do problema é grande entre pescadores e surfistas. “Geralmente, o paciente queixa-se de sensação de corpo estranho, ardor ocular e olhos vermelhos. Pode haver também sinais de conjuntivite crônica, espessamento da conjuntiva e sintomas de conjuntivite moderada. O diagnóstico é feito através do exame físico e complementado pelo exame biomicroscópico”, explica Eduardo de Lucca. O tratamento do pterígio é cirúrgico e pode ser indicado tanto por razões estéticas quanto pela diminuição da acuidade visual;
  • Afaste o perigo da conjuntivite – A estação das férias, com sol a pino, é também época de enchentes, de maior risco de câncer de pele e de desidratação. Além de fazer uso do protetor solar, beber mais água e se alimentar com pratos mais leves, outros cuidados com a saúde devem ser observados, principalmente com os olhos, para evitar o aparecimento das doenças típicas do calor. Um dos males típicos do verão é a conjuntivite, que se caracteriza por uma inflamação da conjuntiva, membrana delgada e transparente que reveste a parede do globo ocular e das pálpebras. Em geral, a doença acomete os dois olhos, perdura de uma semana a 15 dias, mas não costuma deixar sequelas. A doença, que incomoda e atrapalha o período de férias, tem como principais sintomas: olhos vermelhos e lacrimejantes; pálpebras inchadas; sensação de areia ou de ciscos nos olhos; secreção e coceira. A principal recomendação é a respeito da auto-medicação. Ao suspeitar de conjuntivite, o paciente não deve sair por aí, comprando remédios indicados por amigos. A indicação de qualquer remédio só pode ser feita por um oftalmologista. Alguns colírios são contra-indicados porque podem provocar sérias complicações e agravar o quadro de inflamação. De uma maneira geral, quem está acometido pela conjuntivite, deve redobrar seus cuidados com a higiene dos olhos e das mãos. Lavar bem os olhos e fazer compressas com água gelada – que deve ser filtrada e fervida – ou com soro fisiológico ajudam a aliviar os incômodos causados pela doença;
  • Fique atento às alergias oculares – Além da conjuntivite, o contato dos olhos com o excesso ou a falta de cloro nas piscinas e com a água contaminada do mar costuma causar alergias oculares, principalmente nas crianças, durante o verão. “O cloro utilizado para higienizar as piscinas podem provocar lesões, irritações ou inflamações nos olhos das crianças, que costumam desaparecer depois de algumas horas. Para os olhos mais sensíveis, o recomendável é lavá-los com soro fisiológico, após o banho”, diz a oftalmologista Maria José Carrari, que também integra o corpo clínico do IMO. A alergia ocular ou conjuntivite alérgica, condição médica que afeta 6 entre 10 pacientes alérgicos, cresce no verão porque está associada ao uso do protetor solar. “Não se deve aplicar o protetor solar na área entre a linha da sobrancelha e o ossinho abaixo dos olhos”, alerta a oftalmologista. A médica explica que os olhos desenvolvem uma reação alérgica quando entram em contato com os alérgenos ou substâncias às quais são sensíveis. “Apesar de haver vários tipos de alérgenos, há alguns mais comuns, reconhecidos por todos como desencadeadores da alergia. Uma forma de prevenir a alergia ocular é tentar minimizar a exposição aos alérgenos”, explica Maria Carrari. Na lista de alérgenos mais conhecidos estão pólen, mofo, pêlos de animais, cosméticos e ácaros de poeira e poluição. Existem diversos colírios para o tratamento da alergia ocular. “Estes medicamentos geralmente não tem o objetivo de curar, mas de aliviar os sintomas e tornar as crises alérgicas menos intensas. O mais recomendável é tentar identificar o alérgeno e afastar-se dele para aproveitar o verão sem problemas de visão”, recomenda a oftalmologista.
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